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Por Valério Fabris

O freio criado por Trump causou a queda na imigração e deixou os Estados Unidos famintos de trabalhadores

Segundo texto do Washington Post, "a anêmica taxa de natalidade do país, que diminuiu em todos os anos, desde 2014 (exceto um), vai minar a vitalidade econômica, na ausência de um fluxo robusto de trabalhadores imigrantes”. Foto: Shutterstock

A generalizada escassez de trabalhadores nos serviços básicos dos Estados Unidos acaba evidenciando, de modo muito claro, que a produtividade vem do capital humano aliado à tecnologia e a um estimulante ambiente de negócios.

Este é o relato de Célio Salles, conselheiro de Administração Nacional da Abrasel. Ele é franqueado do Bob’s em Santa Catarina.

O relato do empresário e conselheiro é uma narrativa a partir da incursão feita por ele e pelo presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, na NRA Show, ocorrida em Chicago, de 21 a 14 de maio de 2022.

O freio criado por Trump causou a queda na imigração e deixou os Estados Unidos famintos de trabalhadores

“Sem uma política de imigração mais voltada para o futuro, mais alinhada com as demandas da força de trabalho, em uma economia faminta por trabalhadores, as perspectivas de crescimento econômico de longo prazo, no país, serão atrofiadas”. Este é um trecho do editorial de um maiores e mais influentes jornais dos Estados Unidos, o The Washington Post (WP).

O fundador e atual presidente executivo da Amazon, Jeff Bezos, comprou o WP em agosto de 2013, por U$ 250 milhões.

O título do editorial, estampado na primeira página do WP de 6 de setembro de 2022, é este: Os EUA precisam de imigração, não de retórica superaquecida sobre os imigrantes”. O texto seguiu, do princípio ao fim, o mesmo tom. “A anêmica taxa de natalidade do país, que diminuiu em todos os anos, desde 2014 (exceto um), vai minar a vitalidade econômica, na ausência de um fluxo robusto de trabalhadores imigrantes”.

A imprensa americana e europeia tem tratado o assunto com semelhante foco.

A abordagem do WP é parecida com o posicionamento expresso na britânica The Economist. Por muitos críticos de prestígio, a publicação é considerada como a melhor revista do mundo. Embora se apresente como um jornal, é uma revista. A dupla identidade vem do fato de que o periódico The Economist foi fundado, em 1843 (portanto há 179 anos), como jornal.

No editorial do WP recorre-se a informações extraídas da revista: “Como a Economist observou, recentemente, os imigrantes adicionaram apenas 247 mil pessoas à população dos EUA, em 2021, o menor aumento em três décadas. É uma quantidade equivalente a menos de um décimo de 1% da população do país. A administração Trump, tendo lançado um ataque à imigração legal e ilegal, reduziu o número de entradas, por meio da burocracia, antes mesmo da chegada da covid-19”.

Entre os vários veículos da imprensa americana que batem na mesma tecla do WP está, por exemplo, a rede de televisão NBC News, que na sua divisão de notícias publicou o seguinte:

“De 2015 e 2016, os EUA tiveram um ganho líquido (entrada superando a saída) de migração internacional de mais de 1 milhão de pessoas. O ganho caiu para cerca de 930 mil em 2017, e para pouco mais de 700 mil em 2018. Em 2020, ano em que pandemia chegou, estava abaixo de 500 mil. E, no ano passado, o número caiu para cerca de 247 mil”.

E, assim, os editores da NBC tocam no ponto central da questão: “Uma das principais dificuldades para a recuperação da economia dos EUA tem sido a escassez de trabalhadores, resultando em uma infinidade de sinais de ‘precisa-se de ajuda’, nas vitrines de varejistas, restaurantes e outras empresas em todo o pais”.

No editorial do WC, sinteticamente é mencionado o grau de necessidade que os Estados Unidos hoje têm, sobretudo, no que se refere à mão de obra dos serviços básicos à população. A economia americana está “faminta de trabalhadores”.

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