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Para começarmos nossa série de reportagens que buscam explorar a riqueza e diversidade da culinária brasileira por meio de seus biomas, vamos conhecer mais sobre os sabores da região da Amazônia

Por Flávia Madureira

Duas versões do pirarucu de casaca servidos no restaurante da chef Selma Reis, o Zefinha Amazonas. Foto: João Paulo Faria

A 18ª edição do Festival Brasil Sabor, que começa neste mês de maio, dia 16, é uma jornada gastronômica que celebra as raízes brasileiras de cada região, apresentando pratos que exaltam ingredientes e técnicas de preparo autênticas do nosso país.

Para conhecer melhor da nossa culinária, iniciaremos uma série de reportagens que exploram mais sobre as técnicas, ingredientes e como alguns chefs estão se preparando para o festival por meio dos biomas. O primeiro a ser explorado é o Amazônico, com seus segredos e métodos ancestrais que buscam conquistar todo país.

A valorização da culinária no bioma amazônico

A riqueza da Amazônia é um dos primeiros elementos que se vêm à mente ao pensar no bioma. Presente em nove estados, cada um deles conta com características próprias e ingredientes únicos. A tradição culinária mescla técnicas, sabores e texturas originadas a partir dos costumes de diferentes povos indígenas e das influências africanas e europeias.

Embora pareça contraditório, enquanto essa pluralidade é um fator de conhecimento geral, pouco se tem consciência, no restante do país, sobre os ingredientes que compõem a tradição alimentar nas áreas alcançadas pela Amazônia.

Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no Amazonas e empreendedor do setor há 15 anos, a curiosidade das outras regiões pela culinária amazônica é uma boa oportunidade para disseminá-la. “Há uma vontade de conhecer muito positiva, pelo viés de novidade e, às vezes, pelo aspecto exótico”, afirma.

Para o empresário, valorização é uma palavra-chave. Ele explica que se trata de uma base para estratégias de mercado que visem expandir o alcance da culinária regional pelo país.

“O caminho é enaltecer os ingredientes e usar o que a gastronomia tem de mais enriquecedor, que é essa mistura. Fundir elementos de outras regiões com nossos ingredientes, toques e temperos típicos fomenta esse interesse.”

E ainda complementa que; “valorizar o inusitado e desconhecido é explorar uma área de novidade no mercado carregando o orgulho do que é genuinamente brasileiro e vem dos povos ancestrais da Amazônia”.

A chef Selma Reis, que comanda o restaurante Zefinha Amazonas, é outra representante dessa valorização. Em sua cozinha, ela preserva os modos de preparo e sabores originais da culinária amazonense tradicional, dando um toque de modernidade apenas na apresentação de seus pratos.

Ela destaca como alguns ingredientes típicos que podem ter uma receptividade bastante favorável em outras regiões o pirarucu, conhecido como bacalhau da Amazônia, o popular tambaqui, frutas como o açaí (em seu padrão tradicional) e o guaraná, e ervas como a pupunha, chicória selvagem e alfavaca.

Para que esse processo aconteça e seja bem-sucedido, a chef conta que ainda há muito a se aprender e se transmitir por meio de encontros culturais. Por meio deles, a realidade e a qualidade da comida na região amazônica podem chegar a novos públicos.

Selma também dá como referência de vitrine para a culinária amazônica o festival Brasil Sabor, em que já marcou presença e afirma como o evento ajuda a promover uma divulgação importante, visibilizando a culinária local. “É uma ótima oportunidade para divulgarmos nossos pratos, produtos, nossa cozinha e nossa Casa. É uma excelente iniciativa da Abrasel, e o público também aguarda”.

Brasil Sabor

A 18ª edição do festival Brasil Sabor, com o tema "Pra toda gente e pra todo gosto", acontece de 16 de maio a 2 de junho de 2024. Organizado pela Abrasel, o evento incentiva restaurantes em todo o país a criarem pratos especiais que celebram a diversidade da gastronomia brasileira.

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