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Boa parte das companhias brasileiras planejam investir em treinamentos de conformidade

No contexto empresarial, compliance significa seguir as normas e regulamentos que se aplicam à atividade da empresa, seja em âmbito interno ou externo. Foto: Canva

O ano de 2024 promete ser de muitos desafios e oportunidades para as empresas que buscam se adequar às normas e regulamentos de seus setores de atuação. Segundo pesquisa desenvolvida pela KPMG, 73% das empresas esperam que o nível de foco no compliance aumente com base nas expectativas regulatórias.

O dado é corroborado pela pesquisa “Integridade Corporativa no Brasil – Evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos”, da consultoria e auditoria Deloitte, de 2022. O levantamento revela que a maioria das empresas no país projetam investir em treinamento de compliance até 2024.

O head da área Compliance e Auditoria Interna da Eldorado, uma das maiores empresas de celulose do mundo, André Tourinho, defende que atuar com ética e conformidade faz parte do negócio.

“Acreditamos que só poderemos obter os resultados esperados se atuarmos com base em nossos valores e crenças, valorizando pessoas que atuam para sempre fazer o certo”, diz em entrevista à imprensa.

Tendências na área para 2024

Uma das tendências que deve marcar o compliance em 2024 é o uso intensivo de inteligência artificial (IA) para automatizar e otimizar processos. Com a IA, é possível monitorar e analisar grandes volumes de dados para identificar padrões e anomalias de forma mais eficiente. No entanto, o uso da IA também traz desafios éticos e legais, como a responsabilidade pelos resultados e a proteção dos dados sensíveis.

Outra tendência que deve continuar se destacando é a LGPD, ou Lei Geral de Proteção de Dados, que estabelece regras para o tratamento de dados pessoais. As empresas que não se adaptarem à LGPD podem sofrer sanções administrativas. Por isso, especialistas indicam que as organizações invistam em políticas e ferramentas que garantam a segurança e a transparência no uso dos dados.

Além disso, as empresas podem buscar uma maior integração com as entidades reguladoras – órgãos responsáveis por fiscalizar e normatizar as atividades de cada setor. Esses órgãos podem ser governamentais, como a Anvisa, a CVM, o Bacen ou privadas, como a ISO, a ABNT, a OAB.

Como implementar o compliance nas empresas?

Implementar o compliance nas empresas não é uma tarefa simples, mas sim um processo contínuo e dinâmico, que exige comprometimento e monitoramento. A especialista em governança corporativa e compliance, Monica Bressan, explica que pode ser ainda mais difícil se houver práticas antiéticas já estabelecidas.

Monica sugere seguir alguns passos, começando com a identificação dos riscos de conformidade que possam estar associados à integridade da empresa. Após essa avaliação inicial, ela explica ser importante definir quais serão as estratégias usadas para mitigar esses riscos. “Por exemplo, a adoção de um Código de Ética para orientação das posturas a serem adotadas pelos envolvidos com a empresa”, ilustra.

Por fim, é possível implementar treinamentos específicos para a dor da organização e organizar um plano de comunicação eficaz. Bressan enfatiza que essas práticas devem contar com a participação e o apoio da alta direção da empresa. “Afinal é com o bom exemplo que se tem êxito na mudança de posturas”, reflete.

O que é compliance?

O termo compliance vem do verbo em inglês “to comply”, que significa agir de acordo com uma regra, instrução ou pedido. No contexto empresarial, compliance significa seguir as normas e regulamentos que se aplicam à atividade da empresa, seja em âmbito interno ou externo. Um programa de compliance atua na identificação de riscos de não conformidade em relação às normas, como a legislação trabalhista, por exemplo.

O compliance envolve aspectos legais, éticos, morais e sociais, que devem ser observados e respeitados por todos os colaboradores e parceiros da empresa. O objetivo é prevenir e combater fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, violação de direitos humanos, entre outros riscos que podem comprometer a reputação e a credibilidade da organização.

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