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O único caminho da harmonia urbana é o da cidade compacta, com inclusão social, dizem arquitetos e gestores públicos

Por Valério Fabris

O reconhecimento do espaço urbano de São Paulo como democrático e acessível pode levar ao desenvolvimento da cidade compacta. Foto: Wikipedia Commons

Isso porque, observa o cearense Fausto Nilo, “o urbanismo é necessariamente agregador”, pois “sem o compartilhamento, não há sustentabilidade” no planejamento urbano. Acrescenta: “O que preside todo o processo é o pacto com a sociedade”. O objetivo comum desses urbanistas é a “cidade compacta”, com a proximidade e sobreposição de usos. O termo “cidade compacta” tem sido frequentemente mencionado como o de uma cidade com ocupação populacional de elevada densidade, isto é, com mais moradores por área habitável.

Mas, para ser qualificada como “cidade compacta”, como explicam os urbanistas, não basta a densidade. A cidade precisa estar associada a outros atributos essenciais. Por exemplo, tem de ser mesclada com a sobreposição de usos urbanos. Ou seja, misturando-se, na mesma vizinhança a habitação, comércio, praças, parques, escolas, postos de atendimento à saúde, ciclovias e a disponibilidade de transportes públicos. A densidade não é um valor por si só. É consequência da mescla de usos.

O que em geral pensam os urbanistas? Para se ilustrar a mentalidade deles, segue um mosaico de alguns depoimentos extraídos de entrevistas publicadas na revista Bares & Restaurantes, ao longo de seis anos, no período compreendido entre 2012 e 2018. As cidades compactas estão, em grande parte, localizadas na Europa. Em Viena, Copenhague, Paris, Barcelona, Londres e Amsterdã são alguns dos muitos exemplos delas. São as cidades caminháveis.

Diz o internacionalmente e mais destacado urbanista da atualidade, Jan Gehl: “O que vemos é o renascimento do espaço público como local de encontro. O aumento, em todo o mundo, dos cafés junto às calçadas é um sinal de que as pessoas querem estar em espaços públicos”. Para plenamente alcançar esse almejado nível, o Brasil tem de desatar o nó da segregação socioespacial, observada na maioria de suas grandes cidades.

Trechos de entrevistas à B&R:

Jaime Lerner (10/2012):

Arquiteto/Urbanista. Faleceu em 27 de maio de 2021, aos 84 anos de idade. A partir de 1971, foi prefeito de Curitiba em três alternados mandatos. Governou o Paraná em dois mandatos consecutivos, de 1º de janeiro de 1995 a 1º de janeiro de 2003. Jane Jacobs e Jaime Lerner foram apontados, em pesquisa global feita pelo site de urbanismo Planetizen, sediado em Los Angeles, como os dois mais influentes urbanistas de todos os tempos.

“O que mais me deixa angustiado nas cidades são, em áreas distantes, o gueto de gente rica e o gueto de gente pobre. As pessoas estão levantando muros cada vez mais altos em seus condomínios, buscando se isolar daqueles que lhes são diferentes. Quanto mais diversificadas forem as vizinhanças, mais humana a cidade fica. As pessoas me perguntam sobre o que podem fazer, individualmente, pela melhoria da qualidade de vida de todos. As atitudes são: morar perto de onde se trabalha, onde há escolas, comércio, postos de atendimento à saúde, praças, parques."

"Para a melhoria da qualidade de vida de todos, devemos também separar o lixo e utilizar menos o automóvel. Porém, estamos contribuindo para a continuada decadência das cidades ao separar a habitação dos locais de compras, de trabalho, de recreação e circulação, distanciando-os uns dos outros. Ao mesmo tempo, criam-se os guetos de gente rica nos condomínios e os guetos de gente pobre, nas favelas e periferias.”

“Há construtoras que acham que, para ser sustentável, basta o plantio de árvores em um condomínio erguido lá longe da cidade, que basta o ‘green building’, a construção verde, o uso de novos materiais e das novas formas de energia. Se a construção é longe da cidade, já não é sustentável. E, assim, em lugar da ECOarquitetura, faz-se a EGOarquitetura.”

Edwiges Du Leal (12/2012):

Arquiteta/urbanista. Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG), diretora da Beggiato & Leal (B & L Arquitetura), Belo Horizonte.

“É preciso que se tenha a diversidade de uso (a moradia tendo como vizinhos a praça, a escola, o bar, o restaurante, o comércio lojista, os postos de atendimento à saúde, os locais de trabalho, de lazer e entretenimento). Não pode ser um uso só, não se deve setorizar. É a mesma comparação que se faz entre a mata nativa, que é naturalmente diversificada, e a floresta de eucalipto, que é a árida floresta da monocultura. Quando se setoriza, a vida definha."

"A questão, além da diversidade, é a gentileza no uso do espaço público. Não somos gentis, em tudo: nas regras do estacionamento, da ocupação das calçadas, da manutenção das calçadas, do papel jogado na lixeira. Tudo esbarra na educação. E, para que haja mais vida na rua, deve-se abrir o comércio até mais tarde; isso é saudável. É importante misturar a moradia com o comércio, porque há o porteiro, há gente chegando em casa no final do dia, enquanto outros saem para a festa.”

“Todo mundo gosta da alegria na rua. Os bares e restaurantes trazem segurança, conforto, a praticidade da comida. Também o idoso, o aposentado, é a favor dos bares. Pega a quentinha na Companhia do Boi, na Risoteria Sorriso, no Bar da Neca. Senta, toma sua cerveja, vê a vida, a juventude desfilando na sua frente. São as pessoas se encontrando, se confraternizando. Porque hoje a vida é muito solitária, e esse encontro cotidiano, a qualquer hora, é muito saudável para todo mundo.”

José Armênio de Brito Cruz (02/2013):

Arquiteto/urbanista. Secretário adjunto na Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo. Presidiu o departamento paulista do Instituto Arquitetos do Brasil (IAB) e, também, a SP Urbanismo (empresa pública da Prefeitura paulistana que desenvolve ações para o planejamento urbano do município).

“O vício dos condomínios fechados, que se formou nas cidades brasileiras, falseia uma sociedade, como se ela fosse homogênea, como se houvesse só iguais. Isso é uma doença. A convivência com o diferente, na pluralidade, é extremamente saudável dos pontos de vista psicológico, social e também econômico. Há pesquisas mundiais apontando que uma economia se desenvolve mais onde o pensamento é livre, onde existe o convívio com os diferentes.”

“O condomínio, os shopping centers e a rua fechada (nas áreas residenciais, com cancelas e guaritas) são privatizações de espaços públicos. Essas ações são antinacionais.” “Por que motivo a habitação social tem de ser lá longe, e o condomínio do rico em outro ponto,
acolá, fechado, com portão? O condomínio nega a vizinhança, o convívio harmonioso.”

Existe o exemplo, em São Paulo, do edifício Copan***, que tem apartamentos de 26 metros quadrados e de 260 metros. É a prova de que a sociedade brasileira tem um caldo de cultura favorável ao convívio harmonioso”.

*** No jornal Estado de S. Paulo, em sua edição de 15/12/2021, uma descrição do Copan: “O edifício de 35 andares conta com 1.160 apartamentos de diferentes metragens distribuídos em 6 blocos, além da área comercial no térreo, com 72 lojas. A estrutura em forma de onda se destaca na paisagem e concretiza a ideia de diversidade, bem como a metrópole, que recebe migrantes de todas as partes. O edifício tem 20 elevadores e 221 vagas de garagem em seu subsolo”.

Fausto Nilo (09/2013):

Arquiteto/urbanista. Sócio presidente da Fausto Nilo Arquitetura, em Fortaleza. Letrista de grandes sucessos musicais, em parceria com artistas nacionalmente renomados. Entre outros, com Dominguinhos, Fagner, Moraes Moreira, Pepeu Gomes.

“O urbanismo é necessariamente agregador. Isso não quer dizer, em absoluto, que tenha mais importância do que as demais disciplinas. É que ele trata da sintaxe com a sociedade, que é a forma: eu chego bem nas coisas, ou não chego bem; o acesso é bom ou é inadequado etcétera. Quem engendra essa composição de equilíbrio é o urbanista, com a imprescindível ajuda, naturalmente, de ambientalistas, sociólogos, economistas, engenheiros, geólogos, geógrafos e de profissionais de muitas outras especialidades."

"O que preside todo o processo é o pacto com a sociedade. Quando esse conjunto todo se harmoniza, aí se produzem os elementos para se terem as regras, em um processo que se tornará duradouro se for sempre revisado e atualizado, e, repito, constantemente pactuado com a sociedade.”

Norberto Sganzerla (11/2013):

Arquiteto/urbanista. Sócio da SGA Consulting Planejamento e Urbanismo, ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (SC). Foi professor de Arquitetura na Universidade Federal do Paraná (UFP) e assessor da equipe de urbanismo de Curitiba.

“Quando foi feita a Lei do Estatuto das Cidades, em 2001, deveria ter sido criada, ao mesmo tempo, a obrigação de os municípios disporem de organismos próprios de planejamento e gestão urbana. No meu modo de ver, essa foi uma grande falha. Era o momento propício, inclusive porque naquela ocasião estabeleceu-se a exigência de os municípios fazerem seus planos diretores, que devem ser o instrumento básico do planejamento urbano.”

“A melhor referência de um organismo de planejamento de que o país dispõe é o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Foi o primeiro instituto autárquico de planejamento, que teve realmente independência e continuidade, de 1965 até o final dos anos 80.”

“O planejamento urbano é multidisciplinar. Urbanistas e profissionais de outras áreas do conhecimento devem trabalhar, de forma integrada, para que uma proposta da cidade sustentável e com escala humana consiga evoluir.”

“Enquanto os políticos não deixarem de conduzir as cidades na base da intuição e, portanto, do amadorismo, as equipes técnicas permanecerão ausentes dos organogramas das prefeituras. O resultado disso é que os recursos federais continuarão à espera de quem se habilite a buscá-los. Essa inércia afeta quase todo o país.”

Carlos Ceneviva (01/2014):

Arquiteto/urbanista. O principal mentor da rede integrada do sistema integrado de transporte de Curitiba. Falecido em 5 de janeiro de 2020, aos 83 anos.

“Maus sistemas de transporte público urbano afetam negativamente o PIB (Produto Interno Bruto) de um país, porque diminuem a produtividade geral. Eis a razão pela qual é economicamente justificável que se subsidie um sistema de transporte público que tenha qualidade. Não há, no mundo, metrô sem subsídio. A França tem impostos específicos, que servem como fontes de recursos para os subsídios. O que fizemos em Curitiba, a partir de 1971 e ao longo de 20 anos, foi montar uma rede integrada de transporte público. Há 186 cidades do mundo que adotaram soluções inspiradas no modelo de Curitiba.”

“Quando reduzem o imposto dos automóveis, entopem-se ainda mais as ruas do país inteiro. Então, essa é mais uma razão para se dar prioridade aos ônibus, por meio da implantação de vias exclusivas e de redes integradas. Os automóveis têm de deixar de ser usados em itinerários de rotina. É inevitável que isso aconteça, queiramos ou não. É uma imposição da nova realidade, aqui no Brasil e no mundo todo.”

Manoel Coelho (09/2015):

Arquiteto, urbanista, designer. Empreendeu a sinalização e a implantação do mobiliário urbano de Curitiba. Faleceu no dia 4 de março de 2021, aos 80
anos de idade.

“A rua, que sempre foi o local de convivência nas cidades, cada vez vai sucumbindo mais à motorização, ao trânsito cada vez mais rápido de veículos, levando as pessoas a se recolherem em suas casas. Em 22 de maio de 1972, Curitiba iniciou uma revolução urbana, com uma obra ícone (o fechamento, no coração da cidade, da Rua XV de Novembro, tornando-a exclusiva aos pedestres, aos hotéis, às escolas, aos escritórios, ao comércio em geral)."

"Promoveu-se, na principal via da cidade, o banimento dos automóveis. A rua foi devolvida para as pessoas, com calçadas bonitas, seguras, equipadas com floreiras, bancos, novas luminárias. Os bares, restaurantes e confeitarias passaram a ter mesas, cadeiras e guarda-sóis ao ar livre, nas suas áreas externas.”

“A turma dos arquitetos de Curitiba pôs em prática um conjunto de intervenções voltadas para a cidade ao alcance de um ser humano a pé, com áreas verdes, transporte coletivo e espaço para os pedestres. Passados 40 anos – desde que, em 1974, colocou-se em operação a primeira canaleta de ônibus expressos, e, por sua vez, São Paulo também inaugurou a primeira linha de metrô –, as duas realidades do sistema de transporte coletivo podem ser nitidamente confrontadas."

"Enquanto a capital paranaense avançou ao ponto em que agora se encontra, São Paulo ainda acalenta o sonho de, em um futuro qualquer, concluir uma rede de metrôs que tenha um grau de integração semelhante ao dos ônibus de Curitiba.”

Nicolau Kluppel (09/2014):

Engenheiro. O principal mentor da criação e implantação de 31 parques e bosques em Curitiba, na gestão do prefeito Jaime Lerner. Faleceu em 19 de janeiro de 2016, aos 86 anos de idade.

“Todo rio tem o direito de encher. Grande parte da cidade de São Paulo é um tablado de cimento e asfalto sobre um emaranhado da rede fluvial. E os Rios Pinheiros e Tietê ficaram sem o leito maior, condenados a um eterno confinamento das avenidas que os ladeiam. De tempos em tempos, há a rebelião das águas que emergem dos bueiros, rompem os limites do eixo encaixotado, inundam ruas e avenidas, misturando-se ao lixo e ao esgoto."

"Por isso, em Curitiba, protegemos os mananciais com a criação (a partir de 1973) de 31 grandes bosques, totalizando 19 milhões de metros quadrados. Até então, Curitiba tinha um único parque urbano, o Passeio Público, inaugurado ainda no Império, em 1886. Estivemos o tempo todo olhando para onde São Paulo seguia. Era para que fizéssemos o caminho contrário.”

Rafael Dely (11/2014):

Arquiteto/urbanista. Criador das grandes inovações nos eixos estruturais de circulação viária e nos programas de habitação social em Curitiba, na gestão do prefeito Jaime Lerner. Faleceu em 5 de janeiro de 2007, aos 67 anos. A entrevista publicada na Bares & Restaurantes foi gravada em 2013.

“As áreas exclusivamente residenciais são indefensáveis, do ponto de vista do urbanismo. Só pode ser chamado de urbanista aquele que atende ao interesse geral da sociedade. Urbanismo é sinônimo de sustentabilidade, em todos os sentidos. A defesa de redutos exclusivos para a moradia nasce de uma bandeira puramente individualista."

"Agride o propósito do planejamento sustentável. A principal causa do efeito estufa, a partir de uma cidade, é o deslocamento entre a casa e o trabalho, entre a casa e os serviços de educação, de saúde, de entretenimento. O maior vilão do aquecimento global é o deslocamento.”

“A diversificação é essencial a uma cidade sustentável. É imprescindível a diversificação de moradores de diferentes faixas de renda. A moradia popular, por exemplo, deve ocupar os vazios urbanos, em áreas já com vizinhança, mesclando-se lotes, casas e prédios de apartamentos.”

André Lara Resende (02/2016):

Economista. Doutor em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele e o também economista Pérsio Arida são considerados os principais mentores do Plano Real. A citação abaixo foi extraída da edição 107 da Bares & Restaurantes.

Nessa edição da revista publicou-se o texto “O Itaim sem carros”, que, por sua vez, foi extraído do livro Devagar e simples, com 13 textos de autoria de André Lara Resende. O livro foi lançado pela Companhia das Letras em 2015.

“As cidades bem-sucedidas do século XXI serão diferentes, voltadas para o encontro, para o convívio das diferenças, que é a essência da vida urbana. A cidade do futuro é a cidade da criatividade, do que o urbanista Richard Florida chama de 'a classe criativa', que floresce com o convívio. Terão calçadas largas, avenidas arborizadas para caminhadas, bares e restaurantes. Os jardins e os calçadões substituirão o asfalto dos automóveis, assim como já começaram a tomar o lugar dos armazéns, das fábricas e dos trilhos abandonados.”

“A essência das cidades é ser o lugar de interação entre conhecidos e desconhecidos, favorecer o contato pessoal, que mesmo na era virtual é fundamental para a civilidade e insubstituível como estímulo à criatividade. A civilização do automóvel levou à dispersão, à redução da densidade urbana. O modelo está exaurido. Investir na expansão da malha viária urbana não é solução. Ao contrário, significa aumentar o subsídio ao uso do automóvel."

"Reza a chamada lei fundamental dos congestionamentos que para todo aumento da malha viária há um aumento proporcional do número de quilômetros rodados. O investimento na malha viária nunca será capaz de resolver o congestionamento, porque é um estímulo ao uso do automóvel."

"É dinheiro público usado para subsidiar o transporte individual que hoje paralisa as cidades. O pior é que o uso do automóvel impede o surgimento de alternativas, pois expulsa o pedestre, o ciclista e faz com que o transporte coletivo de superfície seja absurdamente lento e ineficiente.”

Carlos Leite (11/2020):

Arquiteto/urbanista. Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (a partir de 28 de agosto de 2023, assumirá a direção dessa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo); coordenador do Núcleo de Urbanismo Social, Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.

“Os bares, restaurantes e lojas dão vitalidade às ruas e às calçadas. Funcionam até mais tarde, gerando esta externalidade positiva: mais segurança. É o que faz a gente se encantar quando visita outros lugares do mundo, como Barcelona, por exemplo. Colocar gente na rua é botar segurança. Para tanto, são ingredientes essenciais os usos mistos, com moradia e trabalho. A atividade comercial deve-se espalhar pela cidade toda. Os instrumentos urbanos das fachadas ativas e da fruicão urbana, presentes em nosso novo PDE de São Paulo, com incentivos aos empreendedores ao adotá-los, são o caminho de como fazer.”

“A tendência no mundo inteiro são as cidades multifuncionais e com maior densidade de habitante por hectare. Com maior densidade, há mais gente para consumir o que se oferece no comércio de lojas, nos supermercados, nos bares e restaurantes.”

“Sou fã do novo Plano Diretor de São Paulo, aprovado em 2014. É absolutamente inovador, o melhor da história de São Paulo e do Brasil. Contempla, de fato, uma nova dinâmica urbana, pautada em maiores densidades, com uso misto, com mais gente nos espaços públicos.”

“O carro tem que voltar a ser aquilo que era no seu início: carro de passeio. Ou seja, só o utilizaríamos eventualmente. Ele não pode continuar sendo o protagonista das cidades. Tem de se investir pesadamente no transporte público eficiente e de qualidade, multimodal. Outra questão: quando a gente vê qualquer cidade brasileira, em imagens do Google, enxergam-se milhares de carros estacionados junto às calçadas. E, no trânsito, um outro tanto de carro formando imensos congestionamentos.”

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