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Por Danilo Viegas

A jornada por um Brasil Novo, pacto nacional com o objetivo de construir uma nação mais diversa, inclusiva, produtiva e democrática, continuou em Brasil por Florianópolis, a ilha da magia.

Nos primeiros dias de abril, o presidente do Conselho de Administração Nacional da Abrasel, Paulo Nonaka, se reuniu com importantes agentes sociais, líderes políticos e pequenos empresários que lutam por melhorias em suas comunidades.

E quais são as principais mazelas? As raízes do mal-estar brasileiro estão na desigualdade e na exclusão. O Brasil é o sétimo mais desigual do mundo, sendo superado por apenas seis das mais atrasadas nações africanas. O principal causador disso são os privilégios das altas castas alojadas no topo da pirâmide do Estado. O setor público absorve 40% do PIB, mas está muito longe de ser o provedor do bem-comum, servindo-se a si mesmo.

Metade da população brasileira não tem acesso às redes de esgoto; 35 milhões de pessoas não recebem a água potável; 55% dos domicílios não têm computador, e 33% não estão ligados à rede da internet; 70 milhões de habitantes encontram-se em situação de pobreza; e 13,3% situam-se na faixa da pobreza extrema; há cerca de 12 milhões de unidades habitacionais sem escritura pública; existem 11 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos de idade que nem estudam e nem trabalham.

Mas a desigualdade e a exclusão não vêm unicamente do ente estatal. São também geradas pelas corporações privadas que atuam sob a proteção oficial. Apenas cinco bancos controlam 94% dos créditos ao setor privado. Praticam o mais elevado spread do mundo. Outro exemplo: sobretudo nas grandes ou médias cidades, e principalmente nas regiões me- tropolitanas, as operadoras de linhas de ônibus têm excessivos poderes, que contrastam com a baixa qualidade dos serviços entregues à população.

A barafunda institucional do Brasil resultou em 5,57 mil municípios, sendo que 35% deles sequer arrecadam o suficiente para o custeio de suas prefeituras e câmaras de vereadores. Visto de qualquer prisma, o Estado brasileiro é sempre disfuncional. São 25 partidos no Congresso Nacional. É impostergável a deflagração de um pacto federativo voltado ao reordenamento nacional, a partir dos cidadãos.

Já vem de muito tempo o divórcio entre a sociedade e os políticos. Sem uma estreita conexão entre os representantes e os representados, não há a verdadeira democracia. É preciso alcançá-la, já. Uma longa caminhada começa com o primeiro passo: a instituição do voto distrital misto nas eleições municipais de 2023. Por isso a importância a construção de um Brasil Novo, que nasce das ruas.Abaixo, depoimentos de Paulo Nonaka sobre alguns destaques:

Visita ao Instituto Vilston Groh

Fui ao Instituto Vilson Groh conhecer o Padre Vilson Groh, conhecido e respeitado em toda Santa Catarina pelo seu trabalho na periferia de Florianópolis e também em Guiné-Bissau, na África. Em um ambiente sério, simples e profissional, inserido na solidariedade e no amor ao próximo que me deparei com uma das mais importantes conversas desde o início desse projeto por um Brasil Novo.

Groh é muito inteligente, um Sr. reservado, que não fala muito da sua vida pessoal. Prefere contar sobre as ações do Instituto e principalmente, executar essas ações na sociedade. Vive na periferia, próximo a quem precisa. É no meio dos pequenos, dos pobres, daqueles que vivem na vulnerabilidade social, que ele se sente bem.

Próximo de completar 67 anos de vida e 40 anos como membro da arquidiocese de Florianópolis, Groh mantem sua vida sem qualquer luxo. A 10 anos uniu todos os seus projetos sociais em um, criando o Instituto que leva seu nome. O IVG abrange diversas comunidades da capital, oferecendo apoio socioassistencial, oficinas culturais, artísticas e desportivas, entre outras atividades. Um grande trabalho voltado principalmente para a educação de crianças, mas que também fornece alimentação e cuidado a vida da população.

Uma aula de cidadania, educação e solidariedade de uma pessoa que vive para o próximo e em busca de igualdade para que todos tenham as mesmas oportunidades. Uma pessoa que ensina muito em como agir em busca de melhorias para todos, por iguais direitos e que já faz esse Brasil Novo que procuramos. Diferente e ao mesmo tempo, simples;”

Instituto Guga Kuerten – Alice Kuerten

“Estivemos na Sede do Instituto Guga Kuerten e fomos muito bem recebidos pela Sra. Alice Kuerten, presidente do Instituto e mãe do nosso ídolo Guga, uma mulher forte, a frente do seu tempo, organizada e focada no bem social.

À frente dos trabalhos e Assistente Social por for- mação, Sra. Alice desenvolve programas para atender crianças e adolescentes com deficiência ou vulneráveis socialmente. Atualmente, são 500 pessoas capacitadas e que levam os valores da família Kuerten adiante. Obras em toda Florianópolis e Santa Catarina com o foco no bem da população fez com que a marca “Guga” ganhasse ainda mais reconhecimento nacional e internacional. Um exemplo incrível de como transformar um atleta em uma marca reconhecida mun- dialmente simplesmente para ajudar quem precisa.

Daniel Leipnitz – Autor do livro Ponte para a Inovação

Graduado na USC, com MBA em Lisboa e planejamento estratégico pela USC, Daniel Leipnitz já recebeu vários reconhecimentos, tais como Cidadão honorário de Florianópolis e Embaixador do movimento Brasil, país digital - ABES - Associação Brasileira de Software. Hoje como Presidente da ACATE, Associação Catarinense de Tecnologia e Diretor Corporativo e de Relações Humanas da Visto Sistemas. Um empreendedor, mas que reserva parte do seu tempo para o associativismo, em prol de ajudar os colegas e empresas do setor a se desenvolverem e fazer uma sociedade melhor, mais justa e próspera.

Em nossa conversa conseguimos alinhar e planejar o que falta acrescentar ao Brasil Novo, no seguimento em que ele é o especialista. Daniel é um visionário, entendeu nosso projeto e tivemos dele apoio e engajamento. Conversamos também sobre o papel das cidades e como um lugar estimulante, criativo e agradável atrai pessoas e empresas. Daniel já visitou vários países para captar referências em urbanismo e junto com a Acate, desenvolveu o Centro de Inovação Acate.

O local, na Orla de Floripa é ponto de encontro de quem quer empreender, fazer negócios, eventos ou cursos e recebem diariamente visitas de autoridades, estudantes, empresas e outras associações de todas as partes do mundo, que bus- cam conhecer como o Cia Acate funciona.

“Acredito veementemente que a arquitetura e o design foram a grande ferramenta impulsionadora dessa mudança, tornando o lugar extremamente estimulante, criativo e agradável. Onde se respira inovação. O que me faz acreditar cada vez mais que o design, a arquitetura e o urbanismo são ferramentas importantíssimas para a transformação de uma sociedade”.

Nesse momento de ouvir histórias e objetivos de setores diferentes e apresentarmos a bandeira de tornar o Brasil um país melhor para se viver, precisamos de engajamento de pessoas como o Daniel. E é de pessoas assim, com proatividade e que pensam no bem social, que desejamos seguir nessa jornada por um Brasil mais fácil de empreender e melhor para viver”.

Os embaixadores e as bandeiras de um Brasil Novo

O engenheiro Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, é o primeiro Embaixador do Brasil Novo. Sua carreira como empresário do setor de alimentação fora do lar o conectou à realidade das ruas, aos sonhos e dificuldades de quem quer empreender no Brasil. “A nossa meta de tornar o Brasil um país melhor para se viver passa pela melhoria na produti- vidade e pelo diálogo constante entre todos os atores da sociedade”, diz Paulinho.

No papel de Embaixador, ele terá a missão de levar consigo as bandeiras de um movimento apartidário e gerado por quem acredita que o país tem jeito: o avanço na infraestrutura das cidades, a simplificação das leis que regulam o empreender, a inclusão dos milhões de brasileiros e brasileiras hoje à margem.

O Brasil Novo, por sua vez, dará aos seus Embaixadores a capacidade de levar suas mensagens a todos os recantos do Brasil e de ter interlocução constante com todas as esferas de poder, amplificando as vozes de quem comunga o mesmo ideal: ver um país melhor, mais inclusivo, aberto à livre iniciativa e preocupado com o bem-estar de quem vive em neste solo.

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