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Presente em todos os 5.565 municípios do Brasil, o setor representado pela Abrasel é o palco das conexões, dos encontros, das interações humanas

O setor de bares e restaurantes empregou mais 200 mil pessoas em 2023. Foto: Freepik

Em 1986, fundou-se a entidade voltada exclusivamente às sofisticadas casas noturnas e estabelecimentos da alta cozinha das grandes cidades brasileiras, a começar pelo Rio e por São Paulo.

Mas, na virada do milênio, decidiu-se que ao rol dos associados deveriam se incluídos os estabelecimentos de portas abertas às ruas do Brasil, fossem eles restaurantes chiques ou os mais simples botecos. Assim, abrindo-se o leque a todos os negócios do setor da alimentação fora do lar, começou a se configurar a Abrasel de hoje.

Em 2004, a entidade (originalmente intitulada Associação Brasileira das Empresas de Entretenimento e Lazer), teve sua razão social alterada para Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

Destacou-se, no novo estatuto da organização, o seu poder de nacionalmente representar quaisquer estabelecimentos setoriais de portas abertas às calçadas dos mais de cinco mil municípios brasileiros.

A Abrasel pluralmente tornou-se ‘multicanal”. Com nove anos de antecedência, acabou antecipando-se ao lançamento global do conceito de comunicação e marketing denominado “Omnichannel”.

Desta guinada resultou o primeiro plano estratégico da entidade, traçado em 2001 por seus dirigentes e conselheiros. Assumia-se na Abrasel o propósito da “onipresença” nacional. A entidade começava também a engajar-se (pela via do empreendedorismo) na causa da redução das históricas desigualdades socioeconômicas brasileiras.

A rigor, os ajustes nas trajetórias dos planos estratégicos sempre foram e continuam sendo feitos a partir de conferências e debates realizados nos quinze grandes eventos nacionais e regionais da Abrasel.

A partir do que se escutou e se anotou, fazem-se as eventuais correções de rumo nas ações estratégias. É como se diz no aforismo atribuído ao filósofo Ludwig Wittgetstein:“Compreender
é saber como seguir adiante”. E assim foi no 35º Congresso Abrasel, realizado na capital federal entre os dias 15 e 17 de agosto.

Na noite de abertura do evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin enalteceu a evolução cultural decorrente da interação presencial e online entre os palestrantes, os debatedores e as plateias. “Não há nada mais importante do que uma sociedade organizada. O que faz a diferença no país são as boas instituições”.

Em seus 37 anos de existência, a Abrasel vem permanentemente traçando sua história no chão do Brasil. O caráter da Abrasel - fortemente presencial, e com acentuadas tonalidades
digitais – é congênito.

A série dos seus consecutivos planos estratégicos nasceu assim, a partir de 2001. E, nesse caminhar da entidade, chegou-se, agora, ao Congresso Abrasel 2023, que recebeu o título “Na era digital, o ser humano”. Faz muito sentido.

Em 2002, um após o lançamento do primeiro plano estratégico Abrasel, o armazenamento digital de informações, nos Estados Unidos, havia pela primeira vez superado o armazenamento em papel. A adolescente entidade brasileira crescia em um mundo cada vez mais digital.

Ao mesmo tempo em que estavam atentos à acentuadas inovações digitais, ocorridas com maior intensidade a partir de 2001, os dirigentes da Abrasel defendiam causas que se sintonizavam com as históricas dores da sociedade brasileira. E assim, cada vez mais, a entidade projetou-se nacionalmente como a voz dos becos, das vielas, das ruas e avenidas.

As pesquisas do Sebrae, da Molinari Consulting e da própria Abrasel confirmam: grande parte da população se sente muito à vontade nos ambientes dos bares e restaurantes. O
mais importante para a clientela é o convívio, a interação humana, a higiene, a celebração do encontro.

Temos ouvido que restaurantes americanos, europeus e japoneses enfrentam enorme dificuldade de contratar os jovens desempregados. Os gestores dos restaurantes chegam
até a colocar cartazes, em frente aos seus estabelecimentos, desculpando-se pela falta de atendentes.

Por aqui, não existe isso, absolutamente. Há uma no Brasil uma sintonia cada vez maior entre a moçada e o nosso setor. É que – de Norte a Sul, de Leste a Oeste - o nosso setor faz pulsar a cidadania.

*Paulo Solmucci é presidente-executivo da Abrasel.

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